VOZES SILENCIADAS: A LITERATURA ENTRE OS LIMITES DA REPRESENTAÇÃO EM DIÁRIO DA QUEDA, DE MICHEL LAUB / SILENCED VOICES: LITERATURE BETWEEN THE BOUNDARIES OF REPRESENTATION IN DIARY OF THE FALL, BY MICHEL LAUB

Autores

  • Ana Paula Vicente Carneiro (UNESP) Unesp FCL Assis

Palavras-chave:

Literatura de testemunho. Trauma. Reelaboração do passado. Michel Laub.

Resumo

Em uma leitura de Diário da queda (2011), observaremos a literatura de testemunho como ferramenta a serviço do indivíduo sobrevivente de cenários apocalíticos na reelaboração das experiências traumáticas impossíveis de serem representadas e que, de forma paradoxal, exigem representação como uma forma de transportar tal indivíduo para além do passado, assim como pontua Seligmann-Silva (2008). Para tanto, analisaremos o silêncio e o discurso seletivo presentes na obra, os limites da representação de experiências impossíveis de serem absorvidas em sua totalidade, a adaptação da transmissão da experiência tradicionalmente concebida como oral, nos moldes do sujeito contemporâneo, e a literatura como forma de expressão de discursos repletos de subjetividade.

 

D. O. I.: 10.5935/1984-6614.20200020

Biografia do Autor

Ana Paula Vicente Carneiro (UNESP), Unesp FCL Assis

Graduanda em Letras Português-Italiano desde 2019 pela Unesp FCL de Assis. Bolsista em Iniciação Científica pela FAPESP desde 2019. Área de Literatura e Crítica Literária.

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Publicado

2020-12-17

Edição

Seção

Questões de (con)texto